Com o desaparecimento da moléstia maldita os sobreviventes começaram a enterrar e velar seus mortos em grandes memoriais criados pelos seus governos nos terrenos onde antes funcionavam as grotescas valas funerárias e o Presidente inauguraria o nosso memorial com a criação de um feriado nacional. Foi então que, em meio aos fogos de artifícios e chuva de confetes que Deus arremessou seu penico no ventilador do destino.
Sem nenhum aviso as lápides do memorial começaram a rachar e cair e a população presente no evento correu para se abrigar de um possível terremoto e qual não foi a sua surpresa ao verem seus mortos voltarem à superfície, arrastando-se como grandes vermes sujos de terra. O resto é só relembrar os filmes de ataques de zumbis que passavam nas madrugadas de sábado.
Não demorou muito para o terror se alastrar por todo lugar. Os mortos invadiam, passo a passo, as igrejas, escolas, postos policiais e de saúde e qualquer ambiente público era tido como uma gigantesca marmitex zumbi. Os que conseguiam fugir recolhiam seus feridos, que adoeciam rapidamente e ao morrerem, retornavam como nojentas criaturas canibais desmortas, estraçalhando seus parentes e amigos sem nenhuma misericórdia. O exército foi novamente convocado, mas descobriu o quanto era difícil matar algo que não podia ser morto e o Governo fez o que o Governo sabe fazer de melhor. Se desculpar e empurrar com a barriga.
A população então esqueceu suas diferenças e começou a se juntar em condomínios fechados (tomados por punks, mendigos e outros desajeitados sociais) e a patrulhar as zonas retomadas pelos humanos. As estações de TV e rádio continuaram a manter a população informada sobre esta estranha invasão e transmitindo os resultados do último Big Brother. Eu nunca fui muito fã dos programas da TV pública, mas confesso que ver o Datena ser devorado por uma dúzia de zumbis em rede nacional foi espetacular. Me ajuda aí...
Você deve estar se perguntando como eu sei disso tudo e ainda não estou rastejando por aí murmurando "mioooooooolos". Acontece que sou um nerd. Quase um segundo tipo de negro. Minha presença só é notada nos bullings escolares e nos trotes das festas das vizinhanças e no dia da grande comemoração de destruição do asteróide (e não um meteoro) eu fiquei em casa assistindo um documentário sobre Stephen Hawking e comendo nachos e você deve estar se perguntando "O que tem de divertindo num documentário científico quando uma orgia rola solta nas ruas?" e eu igualmente lhe perguntarei - "O que tem de divertido em ter suas calças arrancadas em público enquanto enchem sua cueca de gelatina?"
Para muitos este era o fim do mundo, mas para mim foi meio que um recomeço. A vida inteira eu fui ridicularizado e espancado pelos fodões do colégio e das ruas, mas agora a história é diferente e a moeda que mais vale no mundo não é o bíceps ou a barriga de tanquinho e sim o hipocampo e o cerebelo. Para mim isto é mais que sobreviver à um apocalipse zumbi...
Sem nenhum aviso as lápides do memorial começaram a rachar e cair e a população presente no evento correu para se abrigar de um possível terremoto e qual não foi a sua surpresa ao verem seus mortos voltarem à superfície, arrastando-se como grandes vermes sujos de terra. O resto é só relembrar os filmes de ataques de zumbis que passavam nas madrugadas de sábado.
Só que na realidade o sangue é bem mais vermelho...
Não demorou muito para o terror se alastrar por todo lugar. Os mortos invadiam, passo a passo, as igrejas, escolas, postos policiais e de saúde e qualquer ambiente público era tido como uma gigantesca marmitex zumbi. Os que conseguiam fugir recolhiam seus feridos, que adoeciam rapidamente e ao morrerem, retornavam como nojentas criaturas canibais desmortas, estraçalhando seus parentes e amigos sem nenhuma misericórdia. O exército foi novamente convocado, mas descobriu o quanto era difícil matar algo que não podia ser morto e o Governo fez o que o Governo sabe fazer de melhor. Se desculpar e empurrar com a barriga.
A população então esqueceu suas diferenças e começou a se juntar em condomínios fechados (tomados por punks, mendigos e outros desajeitados sociais) e a patrulhar as zonas retomadas pelos humanos. As estações de TV e rádio continuaram a manter a população informada sobre esta estranha invasão e transmitindo os resultados do último Big Brother. Eu nunca fui muito fã dos programas da TV pública, mas confesso que ver o Datena ser devorado por uma dúzia de zumbis em rede nacional foi espetacular. Me ajuda aí...
Você deve estar se perguntando como eu sei disso tudo e ainda não estou rastejando por aí murmurando "mioooooooolos". Acontece que sou um nerd. Quase um segundo tipo de negro. Minha presença só é notada nos bullings escolares e nos trotes das festas das vizinhanças e no dia da grande comemoração de destruição do asteróide (e não um meteoro) eu fiquei em casa assistindo um documentário sobre Stephen Hawking e comendo nachos e você deve estar se perguntando "O que tem de divertindo num documentário científico quando uma orgia rola solta nas ruas?" e eu igualmente lhe perguntarei - "O que tem de divertido em ter suas calças arrancadas em público enquanto enchem sua cueca de gelatina?"
Para muitos este era o fim do mundo, mas para mim foi meio que um recomeço. A vida inteira eu fui ridicularizado e espancado pelos fodões do colégio e das ruas, mas agora a história é diferente e a moeda que mais vale no mundo não é o bíceps ou a barriga de tanquinho e sim o hipocampo e o cerebelo. Para mim isto é mais que sobreviver à um apocalipse zumbi...
É quase um acerto de contas.
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