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segunda-feira, 12 de julho de 2010

04 de agosto de 2013 - Adivinha quem voltou para jantar?

Com o desaparecimento da moléstia maldita os sobreviventes começaram a enterrar e velar seus mortos em grandes memoriais criados pelos seus governos nos terrenos onde antes funcionavam as grotescas valas funerárias e o Presidente inauguraria o nosso memorial com a criação de um feriado nacional. Foi então que, em meio aos fogos de artifícios e chuva de confetes que Deus arremessou seu penico no ventilador do destino.

Sem nenhum aviso as lápides do memorial começaram a rachar e cair e a população presente no evento correu para se abrigar de um possível terremoto e qual não foi a sua surpresa ao verem seus mortos voltarem à superfície, arrastando-se como grandes vermes sujos de terra. O resto é só relembrar os filmes de ataques de zumbis que passavam nas madrugadas de sábado.

Só que na realidade o sangue é bem mais vermelho...

Não demorou muito para o terror se alastrar por todo lugar. Os mortos invadiam, passo a passo, as igrejas, escolas, postos policiais e de saúde e qualquer ambiente público era tido como uma gigantesca marmitex zumbi. Os que conseguiam fugir recolhiam seus feridos, que adoeciam rapidamente e ao morrerem, retornavam como nojentas criaturas canibais desmortas, estraçalhando seus parentes e amigos sem nenhuma misericórdia. O exército foi novamente convocado, mas descobriu o quanto era difícil matar algo que não podia ser morto e o Governo fez o que o Governo sabe fazer de melhor. Se desculpar e empurrar com a barriga.

A população então esqueceu suas diferenças e começou a se juntar em condomínios fechados (tomados por punks, mendigos e outros desajeitados sociais) e a patrulhar as zonas retomadas pelos humanos. As estações de TV e rádio continuaram a manter a população informada sobre esta estranha invasão e transmitindo os resultados do último Big Brother. Eu nunca fui muito fã dos programas da TV pública, mas confesso que ver o Datena ser devorado por uma dúzia de zumbis em rede nacional foi espetacular. Me ajuda aí...

Você deve estar se perguntando como eu sei disso tudo e ainda não estou rastejando por aí murmurando "mioooooooolos". Acontece que sou um nerd. Quase um segundo tipo de negro. Minha presença só é notada nos bullings escolares e nos trotes das festas das vizinhanças e no dia da grande comemoração de destruição do asteróide (e não um meteoro) eu fiquei em casa assistindo um documentário sobre Stephen Hawking e comendo nachos e você deve estar se perguntando "O que tem de divertindo num documentário científico quando uma orgia rola solta nas ruas?" e eu igualmente lhe perguntarei - "O que tem de divertido em ter suas calças arrancadas em público enquanto enchem sua cueca de gelatina?"

Para muitos este era o fim do mundo, mas para mim foi meio que um recomeço. A vida inteira eu fui ridicularizado e espancado pelos fodões do colégio e das ruas, mas agora a história é diferente e a moeda que mais vale no mundo não é o bíceps ou a barriga de tanquinho e sim o hipocampo e o cerebelo. Para mim isto é mais que sobreviver à um apocalipse zumbi...

É quase um acerto de contas.

03 de agosto de 2013 - E a Igreja festeja numa boa

Após os incidentes ocorridos com o alastramento da epidemia a Igreja Católica aproveitou o embalo e deu início a sua propaganda de "o que vale sua desgraça na terra sem seu cantinho no céu" e superlotou seus templos criando novas formas de atrair seus crentes.

A desculpa era de que Deus estava castigando o Homem na forma de um meteoro por causa de seus pecados cometidos aqui na Terra, pecados estes que acredito serem os de produzir vídeos hilários sobre Jesus Cristo, permitir os casamentos gay e divulgarem os casos de pedofilia de seus ministros, mas isto não vem ao caso no momento e sim o fato de que com a crescente taxa de doentes terminais no mundo a população acreditava (ou era levada a acreditar!) que ao se entregarem de corpo e alma à Deus (que no caso era o Vaticano) poderia salvar suas almas e quem sabe o seu coro hipócrita também.

Novos templos eram erguidos, aproveitando ainda a fase "meteórica" que havíamos passado, e cada vez com nomes mais estapafúrdios que a mente humana pode conceber como "Igreja Católica Apostólica Romana do Último Meteoro", "Santíssima Trindade do Espaço Sideral" e a minha preferida, "Nibirus Est Sanctissima Stella". Nesta louca corrida religiosa o Vaticano quase conseguiu uma permissão de instalar o Catolicismo como a religião oficial terrestre até que os noticiários anunciaram que a epidemia milagrosamente fôra erradicada sem nenhuma explicação, pondo um fim nos sonhos dourados do Papado.

Eu aposto minha coleção de cards especiais de Dungeons & Dragons que os "ministros de Deus" tiveram uma ressaca daquelas depois deste banho de água fria...

02 de agosto de 2013 - Continuando os fatos...

No dia seguinte, um estranho surto alérgico assolou todos aqueles que ficaram ao relento e os sintomas eram semelhantes aos da gripe H1N1; dores de cabeça, enjôo, vômito e dor nas juntas. Os postos de saúde ficaram lotados (quanta novidade!!!) em todos os cantos e o quadro começou a piorar quando os infectados começaram a sofrer horríveis hemorragias, que partiam dos olhos, ouvidos, boca e nariz gerando uma onda de pânico incontrolável e furiosa. As zonas periféricas foram relegadas à quarentena e o exército foi convocado e recebeu carta branca para "anular" qualquer um que ultrapassasse a linha amarela dos quadrantes demarcados pelo governo.

E isso não era nem o começo...

Toda esta preocupação era para que os doentes (leia pobres) não infectassem os sadios (leia ricos), mas tudo foi por água abaixo quando alguns "sadios" do outro lado da cidade começaram a apresentar os mesmos sintomas enquanto alguns especialistas temiam pela Humanidade estar sendo vitimada por uma praga semelhante a Peste Negra, só que em nível global. Cientistas se juntaram às dezenas para desenvolverem uma vacina que contesse o avanço da doença enquanto a taxa de mortalidade crescia de uma forma tão bizarra que grandes valas eram escavadas entre os limites das cidades para sepultamentos coletivos semelhantes aos promovidos pelo "anão austríaco" na década de 40.

01 de agosto de 2013 - Algumas explicações.

Bem, se você está lendo este diário significa que está completamente louco pois estamos no ano de 2013 e o mundo está quase que inteiramente dominado por zumbis. Meu nome é João Albuquerque da Silva e Sá, mas no novo mundo sou conhecido por J. Remata, o Caçador de Zumbis.

Após a praga zumbi que tomou o planeta de assalto a Humanidade abandonou todos os seus padrões sociais e começou uma frenética luta pela auto-preservação. Não que isto não acontecesse antes apenas que as diretrizes vigentes hoje em dia são mais importantes que status, dinheiro ou religião. Trata-se de salvar o próprio rabo de ser mordido por criaturas devoradoras de carne humana. Ninguém sabe ao certo o porquê das coisas terem fugido ao controle desde aquela estranha chuva de meteoritos que caiu na Terra em dezembro de 2012 e como um bom cidadão planetário decidi descobrir o que o Governo escondia de nós por mim mesmo, hackeando alguns arquivos do Serviço Militar e o que eu descobri respondeu todas as minhas perguntas.

Assim como previram os Maias, um gigantesco asteróide de nome Nibiru viria a se chocar com nosso planeta extinguindo toda a vida terrestre e todos os governos terrestres (sem "nenhuma" intenção financeira) se juntaram para destruir a ameaça que vinha do espaço bombardeando-a com ogivas nucleares (que como todos sabem não fazem mal algum aos seres humanos) e encerrando a possível extinção da Humanidade. Com o fim da pétrea ameaça o mundo comemorou a sua segunda chance com uma festa pública em todos os cantos do mundo enquanto a noite era coroada com uma linda chuva de estrelas cadentes.

Em todas as esquinas de todos os bairros, cidades, estados e países do mundo as pessoas comemoravam com muita música, bebida, sexo e drogas e aqui no Recanto Shangri-lá as coisas não foram diferentes até que uma fina chuva amarelada brindou a noite, banhando todos naquela rave planetária.